sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Um martelo na cabeça

Dia de greve & chuva: estão reunidas as condições para a prática da modalidade «a minha desgraça é maior que a tua». Velha de gorro: «que eu trabalho desde os 11!». Riposta a velha que nunca aprendeu a ler, porque os pais a tiraram da escola seis meses depois de a lá terem posto, para poder ir pedir porta a porta: «Eu aos 14 já trabalhava na conserveira e já recebia abono de um filho! Se ele não tivesse morrido tinha agora 51 anos! E ia do bairro da Boavista a Belém a pé só para não gastar 10 tostões!». Mas a minha parte favorita foi o capítulo dedicado à Justiça: «Anda tudo a róbare! Mas se formos nós a roubar um pão apanhamos um mês de prisão! Ou dois, ou três, ou um ano. Ou UM MARTELO NA CABEÇA!».

(Novembro 2011)

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