A vida excitante de quem depende dos transportes públicos, capítulo 635. Hoje acabei o dia a partilhar táxi com três estranhos que, tal como eu, penaram uma hora no Marquês, à espera de um autocarro que nunca veio. Minutos antes da decisão final («Só dá um euro a cada um!», aliciava o organizador da excursão), uma senhora ainda garantiu ter falado ao telefone ao marido, que vira o nosso bus a caminho. Goraram-se as expectativas quando o que parecia ser o veículo da salvação desceu a Avenida da Liberdade, em vez de nos vir buscar. Mas o conceito de estranho é relativo: poucos minutos foram precisos para perceber que uma das senhoras vivia frente à «minha» antiga casa e, consequentemente, conhecia a minha tia. «Hospedeira, tem uma casa no Alentejo? sei muito bem quem é!». E é assim que acabamos o dia a despedirmos-nos de uma estranha com quem partilhámos o táxi dizendo: «Então cumprimentos à minha tia!».
(Novembro 2011)
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